segunda-feira, outubro 23, 2006

AFINAL, O QUE É TIME BOM?
E O QUE É TIME RUIM?


Certamente, todos nós que gostamos de futebol e esportes coletivos já nos pegamos soltando essa frase: "esse time é muito bom". Ou a antítese: "baita time ruim".
Mas, afinal, o que faz de uma equipe de esportes coletivos algo bom ou ruim? Qualidade técnica individual? Trabalho coletivo, planejamento tático? Ou tudo isso misturado e bem temperado?
Vou me resumir ao futebol e colocar o que penso sobre o tema, explicando o que acho que sejam alguns times bons ou ruins do Campeonato Brasileiro.

São Paulo - Taí um time ótimo. Primeiro por que já era bom em 2005. O que faz do São Paulo o favorito ao título brasileiro é a conjunção quase perfeita dos fatores que, a meu ver, movem o futebol profissional: planejamento, estrutura e execução. Planejamento para montar bons elencos, buscando jogadores que, individualmente, podem não ser supercraques, mas que juntos formam uma equipe forte, se completando. Estrutura de primeiro mundo e dirigentes que estão mais preocupados em ganhar títulos do que aparecer.

Internacional - Outro exemplo de ótimo time. Tem praticamente as mesmas qualidades do São Paulo, estando apenas alguns passos atrás porque teve que se recuperar de muitos anos de administrações ruins. O Inter, assim como o São Paulo, é dos raros times brasileiros que atua no mesmo nível de desempenho dentro e fora de casa. Seja o time titular ou o reserva em campo, o padrão tático está mantido e os jogadores executam ações sem mesmo olhar uns para os outros.

Grêmio - Um time muito bom, comandado pela principal revelação entre os treinadores brasileiros nos últimos tempos. Lembremos que em 2004 Mano Menezes levou o 15 de Campo Bom a uma semifinal de Copa do Brasil. O Grêmio não tem tantos recursos como São Paulo e Inter, veio da Série B, mas tem um time extreamente competitivo e bem montado, com destaque para o meio-campo, forte, combativo e com bom toque de bola. Se tivesse um grande lateral pela esquerda e um zagueiro mais técnico, estaria no mesmo nível de Inter e São Paulo.

Santos - Um exemplo de time que tem tudo para ficar muito bom em breve. Tem um excelente treinador, boa estrutura e passa por um processo de reformulação. Até já poderia estar muito próximo de Inter e Santos, mas alguns problemas de contusão interromperam o process de formação do time, que precisou ser reformulado diversas vezes. Ainda falta mais unidade ao grupo para repetir fora de casa o nível de futebol que pratica na Vila Belmiro.

Corinthians - Primeiro exemplo de time ruim. Pegue os nomes e até pode-se pensar que há uma equipe. Mas em campo e fora dele é uma sucessão de erros. Elenco montado muito mais pensando no status do jogador e na possibilidade de negociação, o que desaguou em falhas terríveis, como falta de atacantes de características que se completem, carência nas laterais e zagueiros todos com o mesmo perfil: lentos na recuperação. Um time sem espelho dentro e fora de campo, dividido, sem uma liderança natural, que custa caro e rende pouco.

Palmeiras - Outro bom exemplo de time ruim. Elenco mal formado, no qual sobram volantes de características apenas de marcação e faltam atacantes de velocidade, além de centroavantes. Média de idade alta, o que dificulta a padronização da preparação física. Alguns mais jovens correm mais que a bola, os mais experientes não seguem o ritmo. Zagueiros lentos, apenas jogadores com características de ala e nenhum lateral de fato. Fora isso, os dirigentes são desatualizados e compram mal, além de não darem respaldo aos treinadores. Comprou por atacado, sem pesquisar preços ou situação de mercado, e vai terminar a temporada com vários micos na mão.

Cruzeiro - É o que foi sem nunca ter sido. Favorito de véspera, bem estruturado, financeiramente estável, montou um dos times mais sem tesão da história do futebol brasileiro. Falta compromisso, entrega, e uma equipe que poderia estar brigando por títulos fica à deriva no meio da tabela. Para mim, não se chega a lugar nenhum com elencos como este do Cruzeiro: muito jogador nota 5 que pensa que é nota 8.

Santa Cruz - Exemplo do time ruim que é escravo das circunstâncias. Deixou a Série B e não conseguiu se adequar à Série A. Se desfez dos principais jogadores da campanha da Série B e não repôs à altura. Depois ficou difícil convencer treinadores ou jogadoers a embarcar numa canoa que já foi pra água furada. Faltou critério na montagem do elenco e, certamente, também faltou dinheiro para competir com equipes de maior força econômica.

4 comentários:

Anônimo disse...

Nori, concordo com o que escreve sobre vários times mas discordo do São Paulo. Vai ser campeão, mas se trata - na minha opinião - de apenas um bom time, bem treinado e com objetivo. O grande destaque é o goleiro. Ganhará muito mais pelo mau rendimento dos demais do que pelo brilho próprio...

Anônimo disse...

Sou obrigada a discordar de vc, Fernando. O São Paulo só perdeu 4 jogos, tem o melhor saldo de gols, está a 19 rodadas em primeiro lugar e durante o Brasileiro, conseguiu chegar a final da Libertadores e fazer dois jogos belíssimos com o Inter. É um time sem craques, mas tem brilho próprio, sim. Abraço

Eduardo M. Garbi disse...

Boa Nori, está muito bem definido os times. Procurei algo para acresentar mas realmente não precisa. A maior verdade é: "Cruzeiro: muito jogador nota 5 que pensa que é nota 8." Perfeito. Abraço

Anônimo disse...

Noriega, concordo com você que a expressão "bom time", na verdade, na abrange apenas o time, e é sim resultado de toda a estrutura do Clube.Por isso, concordo também em parte com os comentário acima do Fernando e da Andréia. O SP fez uma boa campanha, mas não apenas devido a qualidade individual dos jogadores e sim ao entrosamento por ser a mesma equipe desde o início do ano, alternando sempre os mesmos titulares e reserva e comando de um bom técnico. Só perdeu o Lugano, substituido pelo Miranda(bom jogador) e o Ricardo Oliveira que não chegou a ser uma "perda", já que chegou após o início do campeonato e só jogou 6 partidas pelo brasileiro. Já o Inter, é um clube com a mesma mentalidade, prova está que perdeu 4 titulares pós Libertadores e vários por lesão e, devido ao excelente técnico e estrutura do clube, com todas as adversidades que não foram poucas, se mantém na vice-liderança, soube lidar com um time antes da Libertadores outro depois. E por isso, para mim é o técnico do ano.
Abraços
GIGI