quinta-feira, setembro 04, 2008


TUDO AO MESMO TEMPO AGORA.

UMA PASSAGEM PELAS RODADAS


As escalas têm sido puxadas e tenho sido negligente com o blog. Tento agora recuperar o tempo perdido. Nos últimos dias estive comentando jogos da Série A, da B, participei do Bem, Amigos, apresentei o Arena, fiz Bom Dia, São Paulo. Ufa! Corrido mas produtivo.
No Bem, Amigos conheci o César Cielo. Molecão, gente boa, ainda meio que sem acordar do sonho do título olímpico. Só não deu pra entender essa questão do desabafo agressivo num dia e o perdão submisso no outro. Talvez seja o peso da inexperiência. O que importa é que o garoto tem estilo de ídolo e pode chamar às piscinas muita gente. Isso vale muito e é preciso que ele saiba utilizar essa nova condição com sabedoria.
Também reencontrei um bom amigo, o Zé Roberto, bicampeão olímpico de vôlei. Sempre sereno, tranquilo, algo desconfiado. O Zé é uma - ótima - figura. E um mestre do voleibol.

ELIMINATÓRIAS = PERIGO

Confesso que o duelo contra o Chile me preocupa. Não sou fã do trabalho do Dunga e acho um absurdo ele estar onde está. O treinador do Chile, o argentino Marcelo Bielsa, é muito mais preparado. A base do time chileno é o Colo Colo, tetracampeão chileno entre 2006 e 2007 (no Chile se disputam dois títulos por ano, o Apertura e o Clausura), treinado por outro argentino, Claudio Borghi. São nove jogadores que estiveram no Colo Colo nesse período entre os titulares da Roja. O time chileno está longe de ser ruim. Tem Valdívia, o bom centroavante Suazo, o habilidoso Matías Fernandez e na zona defensiva conta com o flamenguista Fierro. Os zagueiros eu sempre achei que formavam o ponto fraco do time chileno, pode ser uma esperança para o ataque brasileiro, numa jogada de mano a mano.
Que dizer do Brasil? Será que alguém saberia escalar a Seleção? Nesta Era Dunga foi construída uma base sustentável? Acho que não. O que se vê é o mesmo recurso da Copa América. Povoar o meio-campo com jogadores de marcação, entre eles alguns com saída de bola. Os períodos de treinamento acrescentam pouca coisa e Dunga não se mostra nada inventivo em termos de jogadas ensaiadas ou mesmo de aplicação tática.
A verdade é que o Brasil vai muito mal nas Eliminatórias. Só não vê quem tenta se pendurar em Dunga ou torce mais do que analisa. Não venceu um jogo como visitante e não faz um gol há três partidas. Foi uma derrota para o Chile que iniciou o processo que culminou com a saída de Luxemburgo, em 2000. Talvez, em caso de nova derrota domingo, o processo seja acelerado com Dunga.

BRASILEIRÕES

Começo pela Série B. Incrível a ruindade de alguns jogos. Marília e Juventudo foi de doer. De positivo apenas a entrada do garoto Ugo Casagrande, filho do Casão, que fez lembrarmos do hoje colega em seus tempos de jogador. Em campo, Ugo parece uma cópa do pai, em movimentação, gestos e a vasta cabeleira. Cedo para comparar tecnicamente, mas ele fez um gol muito mal anulado. De resto, fica a certeza de que na Série B se corre mais do que a bola, em geral.
Na Série A, a briga vai ficando com a cara de Grêmio x Palmeiras. Óbvio que há times, como Cruzeiro, Flamengo e Botafogo, que ainda podem chegar. Mas em termos de regularidade, Grêmio - principalmente- e Palmeiras - em casa - têm feito da diferença.
A disputa que deve envolver mais gente é a para escapar do rebaixamento. E o Atlético Paranaense está fazendo força para cair, através da sua administração (????). Mário Sérgio é mais um treinador a deixar o clube. Quantos ainda virão? Porque o óbvio ululante é que o time do Furacão é fraco, sopra como uma brisa.

UM FILME ANTIGO...

Não sei se alguém teve a mesma sensação de deja vu. Fotos do presidente com as mãos sujas de petróleo, discursos ufanistas, arapongagem correndo solta, clima de delação no ar. Eu me lembro um pouco disso nos anos 70, com outra ideologia e de maneira muito mais exagerada. Lula precisa ser estadista, ulitizar sua bela biografia para conter exageros evidentes de alguns companheiros. O Brasil vive em clima de espionagem. Absurdo.
Lamentável também é a sede estatizadora embutida nesse governo. Apareceu uma oportunidade e se fala em criar uma nova estatal, inflar a máquina administrativa e distribuir cargos políticos e de confiança. Nada que me surpreenda, já que a inspiração ideológica de alguns dos integrantes do atual governo passa por regimes totais, autentidos estadões paquidérmicos. Mas Lula ainda paira acima de tudo isso e pode usar seu prestígio para corrigir a rota. Os ventos continuam soprando a favor. É hora de o presidente reduzir os discursos e acelerar sua habilidade política nos bastidores. O Brasil tem pressa e o momento nunca foi tão bom.

2 comentários:

Robert Alvarez Fernández disse...

Caro Maurício, com essa tua escala de trabalho doida, ainda que mantida a tradição de qualidade pessoal e profissional do clã Noriega, só vai me restar, logo logo, uma recomendação : "MAURÍCIO, SAIA DE FÉRIAS !!!!" (qquer. coincidência com propaganda de TV é mera semelhança).

Abraços,
Robert

Anônimo disse...

Noriega, você acompanhou o coletivo da Seleção na tarde desta quarta?

As câmeras puderam registrar apenas os primeiros 15 minutos do treinamento. Foi pouco tempo, mas deu para enxergar alguma coisa.

Coloquei a equipe de Dunga na prancheta do Blog do Carlão. Você gosta de tática, né? Passa lá.

Abraços.