quinta-feira, julho 12, 2012


Um Palmeiras diferente



Mais do que marcar o retorno às grandes conquistas de um gigante do futebol brasileiro, a segunda vez do Palmeiras como campeão da Copa do Brasil acrescenta uma nova faceta a esse clube em breve centenário.

Tradicionalmente marcado pelas conquistas de grandes equipes, outrora chamadas de Academias, e também com esquadrões montados à base de muito dinheiro, desta vez o Verdão conseguiu a taça de um jeito diferente: com um time nada acadêmico, porém raçudo, determinado e que superou suas limitações para vencer grandes adversários como Grêmio e Coritiba, com times mais fortes, e fazer sua torcida soltar o grito preso na garganta.

A última grande fase de conquistas palmeirense tinha ocorrido nos anos 1990, graças ao revolucionário projeto de co-gestão com a Parmalat. Desta vez, ainda que marcado por uma bagunça política que atrapalha o clube profundamente, o Palmeiras venceu sem parcerias, o que atesta outra diferença marcante.

Venceu de forma invicta, batendo um adversário que dificilmente deixa de vencer jogos eliminatórios em casa, o renovado Coritiba.

Na decisão, o Palmeiras fez o que faz de melhor: marcou o adversário e lutou. Não foi sufocado pelo Coxa na primeira etapa, e baixou a temperatura do Inferno Verde. Na primeira parte da etapa final, aí, sim, foi sufocado, tomou o gol, mas respondeu rápido, esfriando de vez o time paranaense.

No lance do gol, durante a transmissão do SporTV, achei que não havia sido falta em Mazinho. Vi de novo hoje no Arena e, ao vivo, reconheci que errei. Houve a falta. Assim como houve a falha de marcação de Everton Costa, possibilitando ao esforçado Betinho escrever seu nome na história.

Mas a marca do título alviverde tem nome e sobrenome: Marcos Assunção. Preciso, fatal, especialista na bola parada, na qual atingiu estágio de excelência. Em dez dos 23 gols palmeirenses na Copa do Brasil havia o DNA de Assunção.

Felipão conseguiu reconstruir a Família Scolari no vestiário e, quando faz isso, ele sempre vai longe. Uniu um time que vinha sendo judiado por derrotas, criticado, mas que soube, dentro de sua característica, encontrar na superação a chave para a vitória.

O Palmeiras ganha alívio e tranquilidade para pensar no futuro na Libertadores de 2013, projetando o centenário em 2014, mas ainda precisando de paz política para poder ser um clube menos tenso e mais voltado para sua verdadeira razão de ser: o futebol.

Deve resolver rápido a questão do treinador em 2013, para pensar na montagem do elenco.

O Coritiba tem um projeto de reconstrução como clube invejável. Bem pensado, bem executado, sinalizando uma instituição livre de dívidas em breve, e com planos à altura da paixão de sua gente. Está trabalhando forte para figurar entre as potências nacionais em breve.

Na decisão, pecou pela falta de pontaria nos primeiros 45 minutos em Barueri, quando poderia ter assegurado o título. Teve muito volume de jogo, mas pouca capacidade de definição. Precisa buscar pelo menos um atleta realmente decisivo para poder ser mais forte como visitante, equilibrando sua incrível performance como mandante. O ímpeto ofensivo foi superado pela gana de marcação do Palmeiras no Couto Pereira.



Um comentário:

Daaiel Parente Fernandes disse...

Título merecido para o torcedor do palestra.
Mas muita coisa precisa mudar ainda.
Precisa reforçar o time.
Vai ter tempo com calma para pensar nisso depois do título.

http://blogdoananias.wordpress.com/2012/07/12/pode-comemorar-torcedor-palmeiras-campeao/