sábado, outubro 05, 2013

Bom Senso é só para a elite?


Acompanho com interesse a formação do movimento Bom Senso Futebol Clube por parte de um grupo expressivo de jogadores de futebol.

Categoria geralmente alienada, a dos jogadores de futebol raramente se manifesta ou e posiciona no Brasil.

São poucos os exemplos de jogadores que tenham buscado algum posicionamento, casos de Sócrates, Casagrande, Afonsinho, Zé Roberto (da Máquina do Fluminense nos anos 70) e mais recentemente Paulo André, do Corinthians.

A manifestação padrão do jogador de futebol brasileiro é reclamar de atraso de salário.

Como atores principais do espetáculo, os atletas devem se manifestar e se posicionar. Além de buscarem, entre eles próprios, um comportamento mais ético e profissional, a fim de erradicar a imagem existente do boleiro inconsequente, malandro, mulherengo e maniqueísta.

Ainda vejo com certo ceticismo esse posicionamento do Bom Senso Futebol Clube, embora o receba com pensamento positivo.

É difícil saber se é um movimento nascido e criado por jogadores ou se existe algum dirigente por trás, pensando em capitalizar com o movimento.

Não podemos esquecer que estamos às portas da eleição para o comando da CBF.

A pergunta que faço nesse momento em que o Bom Senso F.C é um movimento cujo interesse principal envolve apenas as Séries A e B do Campeonato Brasileiro? Ou os times atuais da Série A e mais o Palmeiras, que estará nela em 2014?

Como ficam os atletas profissionais que são a maioria e perambulam pelos esburacados gramados das Séries C e D ou então de campeonatos regionais em troca de um salário-mínimo, quando muito?

Eles serão contemplados pelo movimento, estão sendo ouvidos e procurados para participar? Porque eles é que formam a massa do pé-de-obra (como diz o Mauro Beting) nacional. O verdadeiro futebol brasileiro é formado por esse tipo de jogador.

Considero fundamental que esse movimento demonstre interesse em ser abrangente e não apenas elitista.

Qual o posicionamento do Bom Senso em relação aos atletas que sobrevivem com o dinheiro ganho nos quatro ou cinco meses em que disputam um Paulistão, por exemplo? Porque esta também é uma realidade para o atleta profissional de futebol no Brasil.

Como abordar jogadores de times do Norte e do Nordeste que enfrentam severas dificuldades até para receber salários baixíssimos?

Qual o posicionamento em relação aos chamados empresários?

A preocupação com o que os atletas chamam de Fair Play financeiro envolve os ganhos muitas vezes abusivos deles próprios? Os pré-contratos assinados em segredo?

Quem alcançou o topo da carreira sabe como é a vida na base da pirâmide social do futebol. Passou por dificuldades, morou em alojamentos, tomou calote, caiu no conto de empresários e dirigentes picaretas.

Por isso aguardo pelo posicionamento do Bom Senso F.C sobre o mundo real do futebol, não apenas sobre a realidade de carros importados, programas de TV, mulheres espetaculares e viagens e hotéis de primeira categoria.

A bola rola para todo mundo, do rico ao pobre.

Um comentário:

Unknown disse...

Prezados Editores do Diário de S Paulo


Tem este o propósito de me despedir deste jornal, após vários anos como leitor assíduo, tal fato é provocado pelas recentes medidas tomadas pela direção deste veículo, tais como:

- Aumento de 26,7% no preço dos exemplares, que passou de R$1,50 para R$1,90.

- Corte da coluna de alguns profissionais, dentre outros: Maurício Noriega, Helena Júnior e ontem do competentíssimo chargista Pelicano.

Sem contar que a qualidade, em geral, continua péssima. Eu tinha a esperança que os novos proprietários tivessem, por objetivo a melhora do jornal, infelizmente, enganei-me redondamente, pois fica claro que o único objetivo é o lucro, aumentando o preço do jornal e eliminando colunistas.
Gostaria de alertar que até para cortar custos, precisa-se de inteligência, pois a partir que se começa a cortar a carne, o fim fim começa a se aproximar.

Desejo boa sorte a todos e que o último não esqueça de apagar as luzes.

Peço dar conhecimento deste aos seguintes senhores:

Mário Cuesta - Presidente
Carlos Alencar - Diretor de Redação
Arnaldo Stein - Diretor Comercial
André Jalonetsky - Publisher Automóveis
Marcos Salles - Diretor de Operações

Atenciosamente


Luiz Carlos Cardoso Teixeira