sexta-feira, novembro 21, 2014

Brasileirão do Século 21

O Campeonato Brasileiro de Futebol do século 21 tem um perfil muito bem definido. Praticamente não há disputa por título. Um time se destaca, abre distância no início e faz a manutenção dessa superioridade até o final.
Um grupo cada vez menor de equipes joga para tentar uma vaga na Libertadores, o que nos últimos anos tem sido sinônimo de fracasso para os times nacionais.
Outro grupo, também reduzido, fica numa zona de conforto que não quer dizer absolutamente nada.
E uma quantidade cada vez maior de equipes disputa a permanência na Série A. Essa turma da gangorra é a que mais cresce. Equipes que ficarão num eterno sobe-desce. Jogarão a Série A num ano para voltar à B no outro, sem qualquer continuidade.
Nessa caminhada, teses de "especialistas" tais como a espanholização do futebol brasileiro vão sendo desconstruídas pelos fatos.
No esporte de alto rendimento, verdadeiramente profissional, dinheiro não compra felicidade, muito menos competência.
Com a queda de importância dos torneios estaduais, o Brasil tende a reduzir drasticamente o número de times que são chamados de grandes. As equipes de verdadeira importância e hierarquia nacional são poucas e tendem a diminuir.
Tristes daqueles que observam um jogo tão fascinante como o futebol apenas pelos olhos dos números, da matemática pura e simples.
O ingrediente humano ainda é o fator preponderante.
No Brasil o amadorismo é a regra no comando dos clubes de futebol.
Não há estatística que sirva para transformar jogador ruim em jogador bom. Não há média que transforme em leão um jogador que pareça precisar de fraldas para entrar em campo num jogo decisivo.
O jogador não tem culpa de ser fraco. Culpado é quem contrata um jogador fraco por indicação de um dirigente amador ou de um empresário oportunista.
O termo jogador de time grande está cada vez mais desgastado no Brasil. Atualmente há um rosário de atletas que atuam em times grandes mas não possuem qualquer requisito técnico, tático e emocional para isso.
Emoção nas rodadas finais, como sempre tem acontecido, fica reservada para o desespero daqueles que lutam para sobreviver, o que em muitos casos pode ser traduzido como subsistir.

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